Xiiiiiiii...

Tanto tempo sem escrever... pura preguiça.

Em contrapartida a amiga Nide já lançou o seu primeiro livro. "Lusco Fusco - O Mistério do Anel". Foi a surpresa total este livro vindo da Nide. Só soubemos quando já estava escrito e prestes a ser editado! Ainda não tive tempo de ler, mas assim que puder postarei aqui a minha crítica.

Nos CTT tudo na mesma. De manhã ouve-se falar de futebol e as bocas parvas parecem bolas de pingue-pongue a atravessar a sala. O jantar de Natal é dia 19, mas eu não vou. Não me apetece ouvir falar de futebol e acabar a noite rodeada de bêbados (pelo que ouvi acaba sempre assim).

Ontem caí outra vez. Estava a chover, fui entregar um pacote a uma vivenda, à saída o piso mais-do-que-desadequado ao exterior proporcionou-me uma original queda para a frente que resultou numa canela e barriga da perna negras e bastante doridas. Como estava perto do Ferra Mulinhas fui pedir gelo à D. Manuela e ainda estive ali 10 ou 15 minutos. Mesmo assim inchou.

Por este andar ainda me mato.

EMBRUXADA

Alguém me rougou uma praga. Deve ter sido alguém a quem troquei o correio sem querer, ou coisa do género. A verdade é que são umas atrás das outras.

Primeiro foi o espalhanço na rampa que me lixou o cóxis.

Depois dei um jeito num maxilar. Andei 3 dias sem conseguir fechar a boca. Fui ao osteopata. Doeu-me como o raio, chorei. E só passados 3 dias é que fiquei bem. Melhor dizendo, fiquei mais ou menos porque de vez em quando isto ainda estala.

Segunda-feira a brincar com o André ao colo, dei um jeito nas costas. Fiquei aflita. As dores apanharam-me a coluna toda, vomitei, mas tive que ir trabalhar...

Já chega! OK?

NOMES EXÓTICOS

# Marcial Marcelino (atenção que Marcelino é o segundo nome, não é apelido)

#Deusdete (acho que é Brasileira...)

NOMES EXÓTICOS

# Agripina

# Rogélio

PEQUENOS AMORES

# 1 # Adoro não ter um patrão a chatear-me a cabeça

# 2 # Adoro poder parar quando quero para comer, ou seja o que fôr

# 3 # Adoro poder peidar-me ao ar livre. Num escritório ou os metia para dentro, ou tinha que ir a correr para a casa de banho, e das duas uma: ou os largava acidentalmente pelo caminho, ou quando chegava lá eles já tinham "recolhido"

# Adoro o senhor do 537 que me pagou o pequeno almoço

PEQUENOS ÓDIOS

# 1 #  Odeio as Seleções do Readers' Digest porque estão sempre a mandar porcarias às pessoas.

# 2 # Odeio a Proteste pelo mesmo motivo que odeio as Selecções.

# 3 # Odeio os distribuidores de publicidade que deixam tudo atulhado na boca da caixa em vez de meterem as coisinhas direitas lá dentro. Depois chego eu e tenho que tirar aquela trampa toda para poder meter o correio.

# 4# Odeio as pessoas que estão sempre a receber grandes volumes e que nunca estão em casa para os receber.

ESTÁ-SE BEM!

As pessoas gostam dos carteiros. Há uma ideia romântica acerca da profissão de carteiro. Claro que essa ideia não inclui os Km a pé, a distribuição à chuva, a entrada às 07h30 da manhã, o ficar com as mãos todas lixadas por causa das caixas de correio estúpidas, as quedas que nos lixam o cóxis... etc.

Mas o que importa é que as pessoas gostam dos carteiros!

Aqui há tempos um casal já de idade ofereceu-me uma caneta.

Já em vários restaurantes me ofereceram café - é pena eu não gostar de café, nem ter lata para pedir outra coisa em vez do café.

Ontem recebi um abraço e dois beijinhos do homem dos ténis encarnados, porque finalmente chegou a carta que ele esperava.

Hoje não me apeteceu tomar o pequeno-almoço no CDP - estava um bocado farta da sandes de queijo sem manteiga e da meia-de-leite mal tirada, e também do"putedo" que é aquele bar, com os gajos todos aos gritos a falar de futebol e mandar bocas foleiras uns aos outros.

Decidi que ia tomar o pequeno-almoço na Confeitaria do Monte. E assim foi. 

E não é que o senhor do 537 - que eu já achava simpático - me pagou o pequeno-almoço???!!! Soube-me ainda melhor. Aquele pão de deus e a meia de leite souberam-me a pato (à Pequim, que é como eu gosto). OBRIGADA amigo! Muito obrigada!

NOMES EXÓTICOS

Vou começar a partilhar aqui os nomes exóticos que apanho no meu giro. 

Aqui vão os dois primeiros.

#   Arseolinda

#   Garibaldina

TIVE PREGUIÇA...

Tenho andado com preguiça para escrever, e não só...

Vejamos então os highlights do que se passou nesta semana de abstenção.

DIA 18 - Dia de Efemérides

--- o André fez 20 meses

--- eu fiz um mês de trabalho como carteira

DIA 23 - Dia de Acidentes

--- depois de um belo almoço com a minha comadre, continuei a distribuição do correio. Fiz o que me faltava da Rua do Viveiro, fiz a Av. Fausto Figueiredo e no nº 7 da Rua do Banco desgracei-me! O acesso a esta vivenda é feito por uma rampa estúpida, que escorrega estupidamente e que em dias de chuva (como era aquele) parece um bloco de gelo. Eu pensei duas vezes antes de subir a rampa, mas estupidamente subi-a, e desci-a, de cú mas desci! Mesmo agarrada ao corrimão escorreguei e caí. Doeu-me como o raio! Levantei-me acabei a Rua do Banco e já não fui ao Tamariz. Fui para o Hospital de Cascais com medo de ter fissurado outra vez o coxis. Mas por sorte - ou por um RX mal feito - não era nada, só magoado. 

Já está bem melhor mas ainda dói.

DIA 27 - Dia de Milagres

--- hoje havia pouquíssimo correio e só 23 registos. Acabei à 13h00, e atenção que fui ao Jonas Bar levar o correio... e atenção que não consigo andar muito depressa porque ainda me dói o c... oxis.

FENÓMENOS DO DIA

Fenómeno 1

Hoje o senhor do 216 não estava de ténis encarnados... já deviam cheirar a xulé!

Fenómeno 2

Desde que entrei para os CTT (quase há 1 mês) acho que hoje foi o dia em que houve menos correio. 

Fenómeno 3

Uma loja de fotocópias que ainda anteontem existia, hoje já lá não estava... Curiosamente hoje tinha 3 cartas registadas provenientes das Finanças para a dita loja.

FRASES QUE SE OUVEM NO CDP

"Olha a loiça no lava-loiça!"

(quando os armários da separação geral do correio estão cheios e é preciso que cada um vá buscar o correio do seu giro)

"Sai de cena quem não é de cena!"

(quando está alguém onde não deve estar)

"Olhó pequeno-almoço!"

(é o G. a chamar quando vai abrir o bar, por volta das 08h45)

FAMOSOS

No meu giro há um Eduardo Madeira (não vou revelar a morada por uma questão de ética profissional). Será O eduardo Madeira? Não sei... ainda não me foi revelado. 

Mas se é, hoje recebeu um livro da Readers' Digest. Como isto me parece bastante panisgas, é bem capaz de ser O Eduardo Madeira.

Quando descobrir digo-vos.

No meu giro mora O Abel Xavier, quer dizer, não mora porque ele está nos States, mas tem um apartment algures no meu giro (mais uma vez não vou revelar onde exactamente).

Também tenho um Filipe Gaidão. Não sei se é O Filipe Gaidão, nem vou saber, porque ele pediu reexpedição da correspondência. Deve ter-se mudado...

Ah! Também moram no meu giro a irmã e o pai do Santana Lopes... em prédios diferentes.

E para já não dei conta que houvesse mais algum famoso.

FENÓMENOS DO DIA

Fenómeno 1

Os miúdos dos Salesianos do Estoril são mal educados. Gastam os pais tanto dinheiro para eles andarem numa boa escola...

Fenómeno 2

Os miúdos das escolas públicas vão almoçar à cantina ou ao bar, os miúdos dos Salesianos do Estoril vão almoçar à pizzaria...

Fenómeno 3

Sempre que vou entregar o correio ao restaurante do Tamariz há alguém a comer uma travessa de marisco... calha muito mal, já que calha na hora de almoço.

MENSAGEM PARA O SENHOR PADRE

"Caro Senhor Padre da Igreja de Santo António do Estoril: por favor arranje uma caixa de correio com uma abertura maior."

P.S. Nunca pensei que um padre recebesse tanto correio! Também nunca imaginei que existissem empresas de soluções de aquecimento só para igrejas... mas existem.

RECORD

Hoje bati o meu record!

Acabei o giro às 13h40, e tinha 30 registos e montes de revistas e catálogos.

Amanhã espero conseguir fazer melhor.

FENÓMENOS

Fenómeno 1

Em todos os prédios há sempre pelo menos uma pessoa em casa, seja a que horas fôr.

Fenómeno 2

Quem recebe o catálogo D-Mail, recebe também coisas da Selecções do Reader's Digest e outras pepineiras semelhantes. 

Fenómeno 3

O senhor do 216 que me aborda quase todos os dias na rua a perguntar se tenho correio para ele, anda sempre de ténis vermelhos.

12 OUTUBRO 1975

Foi há 34 anos.

Eu não ligo ao dia de anos, cada vez menos. Mas este ano, o dia foi uma verdadeira trampa! Pelo menos até às 16h00.

Acordei às 04h00 com uma brutal enxaqueca, tomei um Ben-u-Ron 1000, voltei para a cama, as dores não passavam, vomitei, dormi, acordei com o despertador às 06h15, levantei-me, caiu-me uma manilha de cimento na cabeça, fui tomar duche, vesti-me e fui trabalhar na esperança de que as manilhas de cimentos parassem de me cair em cima da cabeça. Mas não pararam...

Diana: "H., acho que não vou conseguir distribuir o correio, estou a explodir com dores de cabeça!"

Chefe: "Mas queres ir ao hospital?"

D.: " Não, não é preciso tanto, eu de vez em quando tenho isto."

C.: "Então distribui só o correio azul e o registado e vai para casa, mas depois diz-me se vens à tarde ou não."

D.: "OK"

Grande merda! Ter que ir entregar o azul e o registado não me ia ajudar nada, mas pronto, lá fui, a arrastar-me, e com as manilhas de cimento a cairem-me na cabeça.

Acabei ao 12h30, voei para casa, tomei um Ben-u-Ron 1000 e deitei-me. Acordei às 3 e tal, bem melhor. Comi. Tomei um duche e fui trabalhar.

Saí às 19h00 e fui jantar a casa do meu pai onde me esperava um belo bife com natas e batatas fritas, cortesia da D. Lina. Enfardei à grande e fiquei tão cheia que tive pena de não ter o correio que não entreguei de manhã; se o tivesse podia tê-lo distribuído de noite e fazia a digestão mais depressa.

HÁ GENTE MUITO PARVA, NÃO HÁ?

Ontem só acabei o giro às 15h30. Graças às cartas registadas, e à M.E.R.D.A. dos folhetos do PS.

Isto até que não seria um mau horário, não fora eu estar com horário repartido e ter que ir trabalhar das 17h30 às 19h30 lá no CDP.

Mas o que eu queria dizer é o seguinte: será que os políticos acham que vão ter mais votos por encherem as caixas de correio do povo com folhetos? Será que eles não percebem que aquilo não vale nada? Que as pessoas ficam ainda mais irritadas com a classe política? - não só por lhes encherem a caixa com lixo, mas também porque há coisas mais úteis em que gastar o dinheiro.

Eu bem vejo no dia seguinte ao da distribuição dos panfletos, que os mesmos se encontram todos no caixote de lixo do hall do prédio. É que nem sequer levam o folheto para casa para ler. Vai direitinho do receptáculo postal para o caixote do lixo!

Andam 4 anos a encanar a perna à rã, e de repente, quando faltam uns mesinhos para as eleições, é obras por todo o lado (menos na minha rua...), é candidatos a fazerem visitas a casa das pessoas para saberem de que se queixam, como se eles se importassem... 

Vão-se lixar pá! Já ninguém acredita em vós. Já ninguém lê os vossos panfletos, porque já ninguém acredita nas vossas promessas.

É preciso ser-se muito parvo para achar que uns panfletos conquistam votos. Usem esse dinheiro para coisas importantes, como fazer umas lombas aqui na minha rua para os f.d.p. que passam aqui a abrir se "axandrarem".

LUVA BRANCA

Hoje comecei a usar luvas daquelas tipo cirúrgicas, mas esbranquiçadas. São do Continente. 100 luvas por 3 euros, ou lá o que foi.

Assim já não fico com as mãos sujas, já não fico com as cutículas todas f.o.d.i.d.a.s por causa das caixas de correio manhosas, e as luvas conferem-me uma personalidade paranóica. Deve ser isso que pensam as pessoas, que eu sou paranóica. Nunca vi nenhum carteiro/a com luvas, eu sou a primeira que vejo...

Com o calor é um bocadinho chato, mas quando vier o frio e a chuva até vai saber bem.

"I think I'm paranoid..." Garbage

O CARRO DO MEU AVÔZINHO

Está a dar-me muito jeito, mas confesso que o odeio - ao carro.

Não tem fecho automático das portas. Não tem vidros eléctricos. Não tem rádio. Não tem pinta! Deita imenso fumo de manhã. Faz um barulho chato porque tem não-sei-o-quê solto e o meu avô tem que soldar aquilo. Fica peganhento quando o tempo está húmido.

Conclusões:

1ª - Já por duas fechei o carro com as chaves lá dentro. Da primeira vez liguei para o meu avô, que por sorte mora perto do meu giro, e ele lá foi abrir o carro com a chave de reserva; revelou-me que estava uma chave escondida por detrás da placa da matrícula traseira e que era só desaparafusar a matrícula e tirar a chave - engenhoso este meu avôzinho. 

Da segunda vez (que foi hoje), por sorte, estava perto de um escritório que, por sorte, tinha uma chave estrela.  Claro que a chave escondida vai passar a andar no bolso do meu colete, afinal de contas sempre é mais fácil andar com a chave do carro do que com uma chave estrela...

2ª - Perco tanto tempo a abrir e fechar as janelas... Preciso que o tempo fique mais fresco para poder andar sempre com as janelas fechadas.

3ª - Passo a vida a cantar dentro do carro, o que até não seria mau não fosse cantar sempre a mesma música que agora não me sai da cabeça por causa do filme "Amália". Um fado, claro está. Que tristeza!

4ª - Sinto-me um bocado freak. O carro é muito baixinho, parece que vou com o rabo de rojo, vejo as pessoas que passam no passeio só da cintura para baixo. Quando saio do carro, fica tudo a olhar, porque ninguém está à espera de ver sair 1,80m de gente de um carro tão pequeno. Imagino mesmo que seja assustador para as criancinhas...

5ª e última - Quero um Smart outra vez. Pai Natal, por favor vê lá se me ajudas.

   

PS: I HATE YOU!

É oficial. Odeio a candidata do PS à Câmara de Cascais, e também a candidata à Junta de Freguesia do Estoril.

Hoje que até podia ter sido um dia fácil porque havia pouco correio e só tinha 9 registos (a média são 25), hoje que podia ter acabado cedo e ter engomado parte do monte de roupa que tenho à minha espera, hoje que me começou a nascer uma bolha no pé esquerdo, logo hoje, tivemos que distribuir os folhetos daquelas duas senhoras.

Ora a senhora da Junta, que promete dinamismo, tem tudo menos um ar dinâmico e para cúmulo já tínhamos distribuído os panfletos dela.

A senhora da Câmara, decidiu fazer uns folhetos desdobráveis, em formato A4, num papel grosso com'ó raio que a parta, e que para enfiar nas caixas do correio tem que ser dobrado ao meio.

Tudo isto, atrasa, e MUITO, o trabalho dos carteiros/as.

Ainda por cima sinto-me uma criminosa por estar a impingir aquilo às pessoas. As poucas que me conseguiram apanhar em flagrante delito apressaram-se a dizer: "Não ponha isso na minha caixa do correio!"

E o pior é que ainda me falta distribuir metade...

ONTEM

Ontem foi duro! Nem sei bem porquê, mas talvez tenha sido por causa da certificação...

Estava muito nervosa, mas consegui responder às difíceis perguntas que a senhora certificadora (que até era simpática) me fez. Aqui vão elas (e as respostas também):

Pergunta 1: Bom dia. Então o que é que está a fazer?

Resposta 1: Olá bom dia. Estou a separar o correio por ruas e números. Depois vou separá-lo em molhinhos de acordo com o meu giro, e ato os molhinhos com cordel.

Pergunta 2: Está cá há quanto tempo?

Resposta 2: (esta resposta não foi fácil, porque às 7h30 da manhã estava-me a custar fazer as contas, de dia 18 de Setembro até agora são quantos dias?) aahhh, há cerca de 3 semanas...

Pergunta 3: Está a achar difícil?

Resposta 3: Não, não. O mais difícil é ter que adivinhar para quem é que os remetentes querem escrever porque eles misturam as ruas e os números. Por exemplo, a Rua Professor Dias Valente antigamente era a continuação da Rua do Viveiro, e ainda há remetentes que põem Rua do Viveiro nº 104, quando o que querem realmente é R. Prof. Dias Valente nº 104. E o problema é que tanto numa, como noutra, existe o nº 104, e ambos são prédios com não sei quantos andares. Mas com o tempo isto vai lá, começo a conhecer os nomes e é mais fácil... 

Pergunta 4: Sabe o que é a certificação?

Resposta 4: A certificação é um processo que visa a uniformização dos processos de distribuição do correio com vista à melhoria da qualidade do serviço prestado pelos CTT.

E com esta ela calou-se. Afinal de contas não era isto que estava escrito no folheto que o Chefe nos deu sobre a Certificação, pelo menos não com estas palavras. Eu li o folheto e dei-lhe a minha interpretação. Boa, por sinal. 

Bem, lá fui para o giro, e acabei muito cansada. Nem sei bem porquê.

CARTA AO PAI NATAL

"Querido Pai Natal,

Este ano tenho um pedido muito especial. Gostava que:

- todos os prédios, mas mesmo todos, passassem a ter as caixas de correio na rua. Assim já não tinha que tocar às campainhas e ficar à espera que me abrissem a porta;

- todos os prédios, mas mesmo todos, tivessem um telheirozinho para eu não apanhar chuva enquanto coloco as cartas nos receptáculos (que palavra linda!);

- todas as caixas de correio, mas mesmo todas, fossem limpas de vez em quando para eu não ficar com as mãos todas cagadas de abrir as tampas;

- todos os remetentes, mas mesmo todos, atinassem de vez com as moradas e não misturassem números nem ruas, porque eu não consigo decorar os nomes de toda a gente e o sítio onde moram (são quase 800 domicílios, não dá mesmo);

- que o senhor do nº 216 parasse de me interpelar na rua a perguntar se tenho correio para ele; se tenho, das duas uma: ou já o coloquei na caixa e não me lembro (porque são quase 800 domicílios); ou, se ainda não coloquei, não me dá jeito nenhum tirar o correio todo da ordem para chegar ao nº 216, porque o correio vai atado com cordel, e é um verdadeiro pincel! Para além de que, nós não podemos entregar correio na rua.

- que o Jonas Bar arranje uma caixa de correio cá em cima nos escritórios do Tamariz, porque é um pincel ter que ir até lá ao fundo nos dias de muito calor; e nos dias de frio também...

- que o senhor do nº 75 instale uma caixa de correio decente, porque a que lá está não cabe na cabeça de ninguém! (eu qualquer dia posto fotos);

E pronto Pai Natal, acho que está tudo, por agora. Como ainda falta muito tempo para o Natal, talvez surjam mais pedidos.

Como sou contra a burocracia, esta carta vai simples, e não registada com aviso de recepção, isto também porque confio em ti Pai Natal. Agora vê lá!

Beijinhos, da carteira do giro UA003"

RAIN (post) MAN (neste caso woman)

O dia hoje começou bem!

Estava a vestir a bela da calça de ganga, o pé prendeu e caí para o lado. Redonda, ou melhor, esticada, no chão; entre a sanita e o lavatório. Lindo!

Estava com medo da chuva mas tive sorte. Só choveu um bocado e foi enquanto estava dentro de um prédio. Esteve aliás um dia excelente para distribuir correio. Fresquinho.

Amanhã é dia de Certificação no CDP e o chefe anda nervoso. As recomendações são muitas: "sapatos pretos", "respeitar o sentido de recolha de correio dentro do CDP", etc, etc, etc. 

Vamos lá ver se passamos no teste...

TUTTI-FRUTTI

CVP's, NVP's, CNVP's, AR's, azuis, amarelos, verdes, cor-de-rosa, registos simples, registos em mão, registos à cobrança...

Tudo com tratamentos diferentes!

Hoje fiz burrada... Os amarelos TÊM que ficar depositados no receptáculo postal, mesmo que a pessoa a quem são endereçados já não more lá, e não precisam de ser assinados. Eu pensava que tinham que ser assinados, logo, não depositei a carta no receptáculo, e deixei lá um aviso para ser levantado na estação dos correios.

Amanhã tenho que ir depositar os amarelos. Diz o chefe: "Mete-os lá e foge! Mesmo que apareça alguém a dizer que essa pessoa já não mora lá."

Ou seja, os amarelos são como os cheques traçados. Têm sempre que ser depositados.

PIROPO

Hoje ouvi um piropo!...

Um senhor que se cruzou comigo atirou um "Olha que carteira tão gira!"

E agora que estava aqui a escrever isto, ocorreu-me: teria ele visto uma carteira - daquelas onde se guarda o dinheiro - no chão?

ALL ALONE - da R. D. Diniz à Av. Fausto Figº em 6 horas

Hoje fui sozinha fazer o meu giro. Pela primeira vez! Só consegui sair do CDP às 10h45, e acabei a volta às 17h03!!! Demorei uma eternidade. Tinha 500 mil registos. 300 mil folhetos da Makro. 600 mil cartas. Subi e desci imensas escadas. Tive que fazer conversa com 100 velhotes e velhotas. Acabei de prestar contas eram 18h00, já com o estômago colado às costas (só não morri de fome porque levo sempre um snack para comer ao meio da manhã). E lá fiquei, até às 19h05, a separar correio.

Saí do CDP a todo o gás - a 80km/hora que é o máximo que dá o bólide que o meu avôzinho me emprestou -, directa para o MacDonalds onde engoli um DoubleCheese, uma batatas médias, uma Fanta e um Wrap com mostarda.

Comprei uns ténis todo o terreno, umas botas para o André e vim para casa. Brinquei com o petiz, pus roupa a lavar, e agora estou aqui a escrever isto para a seguir ir para a cama.

UFA!

TGV vs SEGWAY

Eu cá acho que em vez de fazerem o TGV, deviam era dar Segways a todos os carteiros/as.

Isso é que era!

DAY SIX (sexta-feira passada)

Foi o meu último dia a fazer o giro na companhia do G. Amanhã já vou sozinha. Acho que só vou acabar lá para as 5 da tarde...

No Sábado fui à Decathlon de Alfragide tentar comprar uns ténis para trabalhar, umas calças daquelas de plástico como usam os motards e, umas calças pretas confortáveis naquele tecido que é bom para o frio e para o calor.

Ténis pretos de jeito só haviam uns e eram caros e feios.

Calças de plástico para a chuva só havia na secção de homem e eram gigantes.

Calças pretas maneirinhas só havia o L, que me estava grande, e o S que me estava pequeno!

Tenho um azar do caraças. Aquilo que eu gosto nunca há para o meu tamanho.

Para ajudar a Decathlon estava à pinha. Raios!

Amanhã lá irei novamente com os ténis do P., e com a bela da calcinha de ganga. Só espero que não chova...

DAY FIVE (hoje)

Hoje fiz metade do giro sozinha! Saí do CDP às 09h30 e voltei às 13h30 para prestar contas. Demorei imenso tempo, tendo em conta que só fiz metade do giro. Sozinha é mais difícil, claro. Até aqui limitava-me a andar atrás do G., hoje tive que recorrer à cábula porque o meu giro tem casas/prédios com 3 números - o antiquérrimo, o antigo e o novo -, e para ajudar os remetentes põem mal as moradas e misturam as ruas e os números, e só mesmo quem já conhece o giro muito bem é que acerta naquilo à primeira. A C. até já sabe os nomes das pessoas, e quem é que mora em que andar...  Acho que lá para o ano de 2030 também já devo estar apta a fazer tal proeza.

O G. fez a outra metade do giro.

Hoje não faço horário repartido porque tenho que ir fazer um RX às 18h30 em Lisboa. O chefe foi simpático.

Vou fazer um RX de medição às pernas. O osteopata acha que tenho a perna esquerda mais comprida do que a direita, e o RX é para confirmar. A ser verdade, poderá ser esta a causa dos meus problemas nas costas. A solução passará por usar uma palmilha com uma altura no calcanhar, que vai compensar a diferença. Agora que tenho que andar muito dava jeito que deixassem de me doer as costas.

DAY FOUR (ontem)

Ontem custou-me tantoooo...

Estava imenso calor, doiam-me as costas porque não pus o gel de manhã (o gel para as dores nas costas... no cabelo não uso, faz-me caspa), tinha imenso sono. Enfim, um horror.

As conversas continuam a ser as mesmas: futebol!

Acabámos o giro às 13h30, prestámos contas e depois fui ao Centro de Emprego anular a minha inscrição. Aqui deu-se um milagre: cheguei ao Centro de Emprego de Cascais deviam ser duas e pouco, estavam 3 ou 4 pessoas lá dentro, ia no número 129 e eu tirei o 134. Passados 10 minutos estava despachada. Como disse a minha Comadre: "É o fim do Mundo! Preparem-se"

Comi qualquer coisa no Super Frutas e, a seguir fui à Zara comprar umas calças de ganga, porque as minhas preferidas já estão cheias de remendos.

Fui a casa, bezerrei no sofá, e às 17h15 lá fui eu trabalhar mais duas horitas, que afinal foi só uma hora e meia, mas muito a abrir.

Cheguei a casa podre. Deitei-me às 22h00, adormeci que nem um calhau e às 06h15 o despertador tocou.

DAY THREE (hoje)

Hoje haviam cassetes e cassetes (é assim que se chamam as caixas onde vem o correio para nós separarmos) de correio. E, como se não bastasse a  tonelada de correio, ainda tivemos que colocar em TODOS os receptáculos postais (é linda esta designação, não é?) uns folhetos do PS, da candidata à Junta de Freguesia do Estoril, a D. Manuela - que vestiu um modelito muito mitra para a foto do panfleto. Já não voto nela!

Antes de sairmos para a volta lá fui ao bar (sem a meia-de-leite parece que não acordo). Os homens que dizem que as mulheres fazem muito barulho e que parecem galinhas quando se juntam, é porque nunca estiveram no bar do CDP (Centro de Distribuição Postal) do Estoril... Falam todos ao mesmo tempo, e alto! Só falam de bola e mandam bocas uns aos outros.

A volta hoje foi dura. Não vou votar PS. São chatos. Fazem muitos panfletos.

Também já não vou mais ao Jonas Bar no paredão do Estoril. É uma seca ter que andar aquilo tudo para ir lá largar um envelope (ainda por cima é no fim da volta; mas eu acho que vou passar a fazer a volta ao contrário...).

O meu colega G. - que faz a volta comigo para eu aprender - é um fenómeno de resistência. Eu chego às 07h30 e ele já lá está (acho que entra às 06h00). Desde que chego até sair - por volta das 14h00, 15h00 - não o vejo comer nem beber!!! Por causa dele fazemos a volta seguida, sem parar para almoçar, o que me obriga a ir de lancheira para ir pestiscando. Almoçar comida de gente só quando vou a casa por volta das 15h00! É duro!

Claro que quando começar a fazer a volta sozinha há uma senhora no Monte Estoril que me vai dar almoço ('vóóóóó, cheguei!).

DAY TWO (que foi ontem)

Cheguei às 07h15 e fiz a separação do correio sozinha. A C. depois veio verificar se estava tudo bem. E estava! Para segundo dia não estive mal, até o chefe comentou.

Separado o correio, tempo para um pequeno-almoço no chiquérrimo bar lá do CDP. Ontem como fui assim que o G. disse que ia abrir o bar, pude ouvir as conversas sobre futebol, a troca de comentários "carinhosos" entre colegas... enfim, por momentos parecia que tinha voltado aos concertos, onde era praticamente a única rapariga entre muitos homens que, às vezes se distraem e dizem uns palavrões; depois há sempre um que diz "epá, olhó respeito, está aqui uma senhora!", e eu digo sempre "não faz mal, já estou habituada..."

Bom, lá saímos para a volta, eram quase 10h00. Eu e o G.; no carro do G.

Foi uma volta muito clean. Às 14h00 já estávamos no CDP a prestar contas, e às 15h00 estava em casa, e por lá fiquei até às 17h15. 

Nem me ficaram a doer as pernas. Foi um bom dia.

DAY ONE

O chefe pediu à senhora que me ligou a confirmar a minha entrada (a Dona Z) para me apresentar às 7h12m. Ora, esta precisão horária, fez-me imediatamente lembrar um ex-patrão que a determinada altura, e por puro gozo, deciciu colocar nos bilhetes dos espectáculos (na altura em que os mesmos ainda eram bonitos e dignos de serem guardados) que a abertura de portas seria às 19h02m e, o início do espectáculo às 21h03m.

Às 07h05 apresentei-me ao serviço. De olho vivo, mesmo depois de uma noite muito mal dormida, com o miúdo a acordar com pesadelos às 00h00, 02h00 e 05h00; com uma melga a rondar-me os ouvidos - que consegui matar às escuras, à custa de uma valente chapada no meu próprio pescoço -, com o ressonar do meu homem, e com a ansiedade própria de quem vai iniciar num novo emprego.

Mega confusão. Montes de gente. Paletes de cartas. Um rol de ruas. Lotes, esquerdos, direitos, caves, subcaves, o 398 que antigamente era o Lt1... Mas a C. foi impecável e lá me esteve a ensinar, embora eu ache que amanhã me vou ver em papos de aranha.

08h00, tempo para um pequeno-almoço no bar. Muito parco em recursos e com uma grande falha: não tinham manteiga! Lá comi uma sandes de queijo seca e uma meia de leite, que o Sr. G até soube tirar bem.

Compasso de espera enquanto o Sr. G. (sim , o mesmo do bar), terminava um serviço de separação para depois poder fazer a volta comigo.

O meu giro é no Estoril, inclui a R. do Viveiro, e pessoas que eu conheço. É giro ver o que elas recebem, mesmo sem saber o que está dentro do envelope.

Saímos do centro de distribuição às 10h30, de carro. Terminámos a volta às 15h00, depois de muita caminhada, muito entra e sai de prédio, de tocar às campaínhas todas (sem depois ter que fugir), muito sobe e desce de escadas, muita sede e muita fome! (decidimos fazer a volta seguida, sem parar para almoçar). Custa tanto entregar correio nos restaurantes à hora de almoço quando ainda não se almoçou e o nosso pequeno-almoço foi uma sandes de queijo SEM manteiga!

Regresso ao CDP para prestar contas e dar de fuga. Fuga temporária, já que, para começar, estou com horário repartido e tenho que fazer 2 horas ao fim da tarde (17h - 19h).

Fui a casa, descalcei-me, almocei, sentei-me um bocado e voltei. Foi 1 hora e meia pacata, em pé, e que serviu para me lixar a zona lombar para o resto do dia.

O balanço é positivo. O primeiro dia num trabalho novo é sempre complicado. E eu sei que vai melhorar. E não tenho nenhum gajo chato e ganancioso e mal-criado a atazanar-me o juízo. E saio a horas (às vezes até antes da hora). E não trabalho fins-de-semana, nem feriados. E ao fim do mês tenho menos dinheiro na conta, mas mais tempo de vida.

E agora algo completamente diferente...

Após muitos anos a aturar artistas, após 2 anos sem trabalhar, após ter tido um filho, após ter percebido que não me apetecia aturar gente gananciosa, após decidir que precisava de um trabalho que me deixasse tempo livre para o meu filho, após ter preenchido várias fichas de candidatura espontâneas em vários sites de várias grandes empresas, após me terem ligado no início desta semana para uma entrevista nos CTT, após a entrevista de 4ª feira, após o telefonema de ontem a dizer que começava hoje... EIS, que o Estoril ganha uma nova carteira!!! Moi! Je! CARTEIRA! Can you F*U*C*K*I*N believe it?